Gingando na História
Capoeira como Tecnologia Social para a proteção de crianças em vulnerabilidade
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Gingando na História
Nascimento
O Gingando pela Paz nasceu do resultado da soma da experiência da utilização da Capoeira em ações sociais e das informações oferecidas pelo Serviço Civil Voluntário, projeto desenvolvido pela ONG Viva Rio, em 1998, que atendia jovens em situação de risco social.
Inicialmente, a proposta era a de promover o diálogo e a cooperação entre educadores em Capoeira a partir de uma rede que, dentre outras ações, apoiaria as diferentes iniciativas realizadas em comunidades do Rio de Janeiro. Desta forma, objetivava-se fortalecer o papel da Capoeira enquanto instituição popular. Uma instituição que atua na defesa dos direitos humanos e na promoção da cultura de paz.
Lançamento
O lançamento do Gingando pela Paz aconteceu em 2005, durante a Campanha Nacional de Desarmamento, nas vésperas da realização do referendo sobre o comércio de armas de fogo. A primeira ‘Caminhada Gingando pela Paz: Sim pela Capoeira! Sim pela vida!’ reuniu mais de 700 capoeiristas na orla de Copacabana em apoio à proibição do comércio de armas de fogo no Brasil. A Caminhada contou com o apoio de capoeiristas do Brasil e do exterior além do Acervo Cultural da Capoeira Arthur Emídio de Oliveira - EEFD/UFRJ, vinculado à Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Dentre as principais ações neste período está a participação na organização da Avant Prémière do filme “Bimba, a Capoeira Iluminada”, realizada no Cine Odeon, que reuniu mais de 500 crianças de diferentes iniciativas que utilizavam a Capoeira.
Haiti
Em 2008, a convite do Viva Rio, o projeto Gingando pela Paz lançou as suas atividades no Haiti. Elas tiveram início em Bel Air, na capital Porto Príncipe, considerada zona vermelha pela ONU, e atendia cerca de 15 crianças provenientes de um projeto de reinserção social de meninas e meninos que eram utilizados por gangues. Foi neste momento e com a estrita participação dessas crianças que a metodologia do Gingando pela Paz começou a ser desenvolvida.
Em poucos meses de atividade, o projeto já beneficiava mais de 200 crianças, todas atraídas pela curiosidade e desejo de aprender aquela “dança”. A Capoeira era até então uma desconhecida.
1º Evento - Haiti
Em seu primeiro evento na capital haitiana, em dezembro de 2009, 150 alunos foram batizados. Ali realizamos a ‘Primeira Caminhada Gingando pela Paz: a Capoeira pela união dos povos e um mundo sem fronteiras’, que reuniu mais de 300 pessoas. Juntos todos percorreram as ruas de Bel Air até o centro da cidade, onde uma grande roda de Capoeira foi formada. A caminhada pela paz se tornaria uma das marcas do Gingando.
Com o crescimento do número de beneficiados e para garantir a continuidade do projeto, as atividades passaram a ser direcionadas também para a formação de jovens, que seriam os futuros educadores. Nascia aí uma nova identidade: o capoeirista. Aquele ou aquela que luta pela prosperidade com dignidade, com coragem e força, e que trabalha para a construção de uma sociedade melhor.
O Terremoto
Com o terremoto que abalou o Haiti em 12 de janeiro de 2010, o projeto passou a atender cerca de 500 pessoas por dia. O objetivo principal era o de reduzir o trauma causado pela catástrofe e de contribuir para a recuperação do sentimento de esperança.
Em pouco mais de 10 anos de atividade, o Gingando já beneficiou mais de 1500 pessoas, entre crianças, jovens e adultos de diferentes comunidades de Porto Príncipe e no norte do país. Hoje, jovens que se encontram em formação no projeto desde 2009 atuam para a sua continuidade, reproduzindo os princípios e compartilhando o aprendizado.
RD-Congo
Em 2014, o Gingando pela Paz foi convidado pela Embaixada do Brasil na República Democrática do Congo, para participar da elaboração e implementação do programa Capoeira pour la Paix, que integrou a Capoeira nas ações do Unicef. O programa, desde então, apoia crianças em processo de desmobilização de forças e grupos armados e com outras vulnerabilidades. Até 2018, o programa já atendeu mais de 7000 crianças.
ONG
Em 22 de novembro de 2018, o Gingando pela Paz foi registrado como ONG no Brasil. Somos uma organização que segue acreditando no potencial de transformação da humanidade e que uma sociedade livre de violências é possível.
CFCS
Centro de Formação para Capoeira Social
Em 22 de novembro de 2018, o Gingando pela Paz foi registrado como ONG no Brasil. Somos uma organização que segue acreditando no potencial de transformação da humanidade e que uma sociedade livre de violências é possível.
O Fundador
Flávio Saudade nasceu na Cidade de São Gonçalo, em 1977. Especialista em Capoeira Social com experiência em países como Haiti e República Democrática do Congo, teve o seu primeiro contato com o terceiro setor em 1998 como aluno de um projeto social oferecido pela ONG brasileira Viva Rio, que atendia jovens em situação de risco social.
Premiado em diversos salões de arte no Rio de Janeiro, é autor do romance “A Visita”, lançado em 2005 pela Editora Chiado de Portugal. Saudade é também coautor da publicação “Como vencer a pobreza e a desigualdade”, de 2007, pela Unesco e Folha Dirigida, além de ter sido vencedor do concurso de poesias em homenagem ao centenário de Machado de Assis, realizado pela Faculdade CCAA no Rio de Janeiro.
Em 2014, foi convidado pela Embaixada do Brasil e Unicef para integrar a equipe responsável pela implementação do programa Capoeira pour la Paix, na República Democrática do Congo. O projeto utiliza a Capoeira nos programas de reinserção de crianças desmobilizadas dos grupos e forças armadas naquele país. Entre 2016 e 2018, coordenou as ações do projeto em Goma, na província de Kivu do Norte.
Responsabilidade Social
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A Gingando pela Paz acredita que uma sociedade livre de violências é possível e que cada um pode e deve fazer a sua parte! A Gingando pela Paz acredita que a paz deve ser cantada, dançada, brincada e que a cultura e o esporte são ferramentas fundamentais para a transformação. Seja você também um Amigo do Gingando.
Cidadania
Voluntariado
Realizado através do trabalho voluntário, é o conjunto de ações de interesse social e comunitário em que toda a atividade desempenhada reverte-se a favor do serviço e do trabalho com objetivos de escolaridade, cívica, científicos, recreativos, culturais etc. É feito sem recebimento de qualquer remuneração ou lucro. É uma profissão de prestígio social, visto que o voluntário ajuda quem precisa, contribuindo para um mundo mais justo e mais solidário.